- Tá no
campinho!!! Respondeu a mãe que, lavando roupa, vigiava o feijão na panela.
João saiu em
disparada pela rua, entrou no Beco de Dona Luzia, sua mãe, e, como um sapo
pulou o murinho do fundo. Menino encapetado! – alguém gritou da cozinha, de
onde vinha um olor delicioso - odor? –
de dobradinha.
Na casa de “Dona
Lourdes de Zé Baixinho” nem quis saber do milho perfumado que cozinhava na
fogão a lenha do terreiro. Subiu o morro, ‘catou um cavaco’ e, como um gato,
chegou até a “rua de cima”, no pé do Cruzeiro. Calçamento pontudo, mais um ‘cavaco’
e a cabeça do dedão ficou pra trás. “Desgraça!!! Peste!!! Capetaaaaaaaaa!!!”. Gemidos,
onomatopéias... e mais um “Capeta!”.
Pausa rápida
e lá estava o claudicante João a iniciar novamente a corrida. Desceu o morro e
chegou na encruzilhada da casa de Leléu. Lá dentro o próprio, com habilidade que
vinha de longe, segurava com os três primeiros dedos da mão um prato de mexido.
De longe se via o ‘zoiudo’! - “ÔOOOh João!!! Oncevai??? João??!?!!”. Nem
ouviu... Já ia longe na trilha detrás das casas do Pirulito, sentido sítio do
João Lucas, a caminho do campinho.
Sentia o
vento no rosto e a estradinha era a própria vida que se abria à sua frente!
Pelos gritos que já podia ouvir conseguiu identificar, antes de vê-los, Tiago,
Rodriguinho e Tássius. Como de fato! Lá estavam os três... “Seus viados! Nem me
esperaram!”.
Sem mais
delongas, fez-se a formação clássica do ludopédio da várzea dos Lucas... Dois
de cada lado, oito pés imundos e quatro cabeças sonhadoras. Naquele campinho no
fim do mundo, quatro amigos jogavam, sem saber, os minutos mais lindos de uma longa
partida...
Gracinha, gente! Anda sentindo saudade de casa?
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