quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Thiago de Mello

Chará - mas quem me dera ser grande como!
Pra quem não conhece:





Um trecho de "Recado de Companheiro"


"...tens de guardar
dia a dia, mesmo doendo,
o amor no teu coração:
sabendo que amor só cresce
quando se reparte inteiro
e se deixa de crescer
de ser amor também deixa…"





...e outro que só entende quem entende:

PARA OS QUE VIRÃO

Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.


Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.


Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular – foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.


Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.


É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
( Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros. )
Se trata de abrir o rumo.


Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.




quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O amor...


E não é o amor uma coisa estranha?
Sente-se-lhe mesmo quando não se ama.
C. Altas, 17/01/2013