segunda-feira, 23 de julho de 2012

Catarse

Arte, como diria Fernando Pessoa, deve vir do sofrimento, de algo que não está completamente são (Livro do Desassossego).
Diz o autor, também, que é preciso estar "doente" para ver a beleza das coisas. Diz mais, que "pensar é estar doente dos olhos" (O Guardador de Rebanhos, por Alberto Caeiro).
Por isso apreciamos tão mais uma música, uma escultura, ou mesmo uma paisagem natural, quando estamos introspectivos. Introjetar-se é, também, um pouco, entristecer-se... É adoecer-se, distoar-se do externo... É tornar-se ilha (Oswaldo Montenegro, "ilha é tudo que na gente não morreu, cercado por tudo que já mataram").

Arte, dizia Rainer Maria Rilke em seu Cartas a um jovem poeta, só é arte quando vem de uma necessidade. O poeta, o músico, o pintor... quando fazem arte é porque precisam fazê-la como necessidade vital. Não tolerariam o mundo sem externar seus sofrimentos e belezas internos.

Essa divagação toda, aparentemente despropositada, veio após um momento de catarse provocado por uma música... Músicas, aliás, quando associada a uma letra, (musica + poesia) causam efeitos mais devastadores em mim.

Compartilho com vocês, Andar Conmigo, de Julieta Venegas:





Andar conmigo
Hay tanto que quiero contarte
Hay tanto que quiero saber de ti,
Ya podemos empezar poco a poco
Cuéntame que te trae por aquí.

No te asustes de decirme la verdad
Eso nunca puede estar así tan mal
Yo también tengo secretos para darte
Y que sepas que ya no me sirven mas.

Hay tantos caminos por andar...
Dime si tú quisieras andar conmigo oh, oh, oh...
Cuéntame si quisieras andar conmigo oh, oh, oh...

Estoy ansiosa por soltarlo todo
Desde el principio hasta llegar al día de hoy;
Una historia tengo aquí para entregarte,
Una historia todavía sin final

Podríamos decirnos cualquier cosa
Incluso darnos para siempre un siempre no,
Pero ahora frente a frente aquí sentados
Festejemos que la vida nos cruzo

Hay tantos caminos por andar...
Dime si tú quisieras andar conmigo oh, oh, oh...
Cuéntame si quisieras andar conmigo oh, oh, oh...
Si quisieras andar conmigo...

terça-feira, 17 de julho de 2012

Florbela Espanca

Acho que é a primeira vez que posto algo dela aqui...





O meu mundo não é como o dos outros,
quero demais,
exijo demais;
há em mim uma sede de infinito,
uma angústia constante
que eu nem mesma compreendo,
pois estou longe de ser uma pessoa;
sou antes uma exaltada,
com uma alma intensa,
violenta,
atormentada,
uma alma que não se sente bem onde está,
que tem saudade… sei lá de quê!


...

Hay cosas que te ayudan a vivir...

Si, hay cosas que ayudanos a vivir!
Son cosas sencillas como oir esta canción de Fito...

A mis amigos!











quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fome...

..uma imagem que dói muito.





Enquanto ainda nos preocupamos com a gravidez da Angélica e as eliminações do Big Brother...
Enquanto nos atiramos aos socos contra os adversários no futebol;
Enquanto continuamos gastando energia com carnavais e músicas vis;
Enquanto sonhamos parados, e lamentamos (inocentes?) o sofrimento alheio...

1.000.000.000 (um bilhão) de pessoas acordam ser ter o que comer.



(mea culpa)
Enquanto a medicina valorizar mais o exame que a conversa;
Enquanto a medicina dar mais tempo à elaboração da receita que ao entendimento do outro;
Enquanto as faculdades continuam dando cada vez mais valor ao cientificismo cartesiano, purista;
Enquanto estruturas hospitalares foram mais importantes que estruturas humanas;
Enquanto a medicina continuar se rendendo a Pfizer´s, Siemens e Merck´s;
Enquanto a sociedade valorizar o profissonal do ar condicionado em detrimento ao médico que põe suas duas mãos na miséria...

continuaremos mandando nossos ricos ao Sírio Libanes. Aos pobres... a sorte!





***