sexta-feira, 29 de outubro de 2010

charge...

Morreu Romeu Tuma... Fleury faz festa de recepção no inferno!

 

A morte de mais um torturador impune

Ex-presos políticos lembram o triste e criminoso legado deixado pelo ex-delegado do Dops
27/10/2010


Patrícia Benvenuti
da Redação

A morte do senador Romeu Tuma (PTB-SP), no dia 26 de outubro, trouxe à tona manifestações de pesar de vários políticos, que lamentaram a perda. Para organizações de direitos humanos, no entanto, ele passa para a história como mais um torturador da ditadura civil-militar (1964-1985) que ficou impune no Brasil.
Tuma faleceu aos 79 anos no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), depois de 56 dias de internação. De acordo com nota divulgada pela instituição, a morte se deu em "decorrência de falência de múltiplos órgãos".
Mesmo doente, ele concorreu à reeleição no dia 3 de outubro, quando obteve 3,97 milhões de votos, ficando em quinto lugar na lista de senadores. Seu lugar será ocupado por Alfredo Cotait (DEM-SP), seu primeiro suplente, atual secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo.

Carreira

A vida política de Tuma começou em 1994, quando foi eleito senador pelo Partido Liberal (PL). Em 2000, foi candidato à Prefeitura de São Paulo, quando terminou em quarto lugar. Nas eleições de 2002, foi eleito para um novo mandato de senador, com vigência até 2011.

Sua atuação mais destacada, no entanto, ocorreu como policial, carreira que iniciou aos 20 anos de idade, quando se tornou investigador por concurso público. Em 1967, passou a ser delegado de polícia, depois de se graduar em direito. Nesse período, alcançou o posto de diretor de Polícia Especializada, na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

A partir de 1969, começou a trabalhar com o delegado Sérgio Paranhos Fleury – considerado um dos maiores torturadores do regime civil-militar – no Serviço de Inteligência do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Dops), que passou a dirigir em 1975. Apesar do cargo que ocupou, Tuma afirmava desconhecer a existência de práticas de tortura na unidade. Da mesma forma, garantia ignorar detalhes sobre desaparecimentos e assassinatos.

Repressão

A “inocência” de Tuma, no entanto, é rebatida por ex-presos políticos, que recordam bem de sua atuação enquanto diretor do Dops. O integrante do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo, Ivan Seixas, lembra que a sala ocupada por Tuma no prédio do Dops se localizava um andar acima de onde ocorriam os interrogatórios e as torturas. “Não tinha isolamento acústico. Nós [presos] ouvíamos as torturas durante noite e dia”.

Só esse detalhe, segundo Seixas, seria suficiente para provar o conhecimento de Tuma sobre a situação. No entanto, ele lembra que existe uma série de documentos que comprovam a participação de Tuma na orientação dos interrogatórios. “[Tuma] Não era um funcionário qualquer, era o orientador. E ele também era frequentador assíduo do DOI-Codi [Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna], que era outro centro de tortura”.
O escritor e jornalista Alipio Freire, também ex-preso político, reitera o envolvimento de Tuma nas torturas. “O Dops foi o centro da repressão até a criação da Oban [Operação Bandeirante]. Ele sabia de sobra o que aconteceu no Brasil”, afirma.

Fraude

Já a integrante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Suzana Lisboa, acusa Tuma de omitir informações sobre crimes cometidos durante sua gestão no Dops.

Como exemplo, a militante utiliza o caso de seu marido, Luiz Eurico Tejera Lisboa. Preso em 1972, ele constou na lista de desaparecidos até 1979, quando seu corpo foi encontrado no cemitério de Perus, em São Paulo, sob o nome falso de Nelson Bueno.
O inquérito sobre sua morte, que “apareceu” depois da descoberta do seu corpo e com o falso nome, indicava que Luiz Eurico teria cometido suicídio em uma pensão do bairro da Liberdade, no centro de São Paulo. O inquérito, entretanto, apresentava uma série de falhas, o que possibilitou a reabertura do caso.
Questionado por um juiz, que solicitou ao Dops informações sobre Lisboa, Tuma afirmou que não havia registros em nome de Nelson Bueno. Em 1991, porém, quando Suzana teve acesso aos arquivos do Dops, ela encontrou uma lista de 1978, endereçada a Tuma, onde constava o nome de Luiz Eurico e a informação de que havia morrido em setembro de 1972. “Tuma mentiu sobre meu marido, dizendo que não tinha informações sobre ele”.
Para Suzana, ao não responder por seus crimes, Tuma leva consigo segredos e informações valiosas sobre mortos e desaparecidos. “Ele fazia de conta que não teve envolvimento [com a ditadura]. Ele conseguiu ficar impune e leva, com ele, um pedaço da nossa história e dados sobre nossos desaparecidos políticos”.

Polícia Federal

Em março de 1983, com a extinção do Dops, Tuma assumiu o cargo de superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, para onde levou os arquivos do órgão que comandava. O objetivo, segundo Suzana,  era “evitar que a esquerda ou que nós [familiares e organizações de direitos humanos] tivéssemos acesso”.

Mais tarde, Tuma passou a ser acusado, com mais força, de alterar os arquivos do Dops e omitir uma série de documentos importantes para a elucidação de crimes. As fraudes teriam ocorrido quando o ex-presidente Fernando Collor de Mello se propôs a entregar, ao governo de São Paulo, os arquivos do Dops.
Dom Paulo Evaristo Arns, na época, afirmou ter recebido denúncias de que os arquivos estariam sendo esvaziados, o que motivou uma vigília de vítimas da repressão e familiares em frente à sede da Polícia Federal, na capital paulista.
Segundo Suzana, não há como calcular a extensão do material retirado, mas arquivos inteiros referentes a “colaboradores” e à “Guerrilha do Araguaia” estavam vazios. Mesmo assim, reitera a militante, sobraram documentos que provam a participação do Tuma nos crimes.

Crítica

Apesar de seu histórico, o ex-delegado e senador cultivava boas relações com o governo federal e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1980, quando Lula e outros sindicalistas estavam presos no Dops depois de uma intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, Tuma liberou o atual mandatário para ir ao velório e enterro de sua mãe, Eurídice Ferreira Mello, dona Lindu. Na época, Lula chegou a afirmar que recebia um bom tratamento na prisão.

Sobre a morte de Tuma, Lula afirmou, em nota, que o senador merece o reconhecimento dos brasileiros, pois “dedicou grande parte da vida à causa pública, atuando de forma coerente com a visão que tinha do mundo”.
Para Suzana, é inaceitável a postura de Lula em relação a Tuma. “Lamento que o presidente Lula o defenda. Acho que é uma relação que não deveria ficar, em memória de milhares de presos”.
Freire, da mesma forma, critica o trânsito de Tuma junto ao governo. “Ele se tornou uma pessoa 'inocente' depois [da ditadura]. É lamentável que ele tenha se tornado uma figura de circulação mais do que permitida, mas, também, querida, por um governo democrático”.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A VERDADEIRA DISPUTA

Taí a Constituição da Mandioca! Quem tem mais dinheiro coopta mais pessoas e tem os melhores MARQUETEIROS.
A briga não é PT/PMDB contra PSDB/DEM(o). É uma briga da imagem de DILMA versus a imagem de SERRA. E nesta briga de realidades virtuais, os grandes responsáveis são:

João Santana, marqueteiro de DILMA que tem em sua equipe um dos marqueteiros responsáveis pela campanha de OBAMA.

X

Terry Thompson, o marqueteiro responsável por conseguir levar de volta à APPLE o seu fundador, Steve Jobs, que havia sido demitido pelo conselho de acionistas.

Abaixo segue um texto sobre o assunto, publicado no sítio nops.com.br.

Serra contrata mesmo marketeiro de

Steve Jobs

Steve Jobs 300x245 Serra contrata mesmo marketeiro de Steve Jobs
A campanha de José Serra ganhou enorme espaço na mídia e principalmente a atenção dos internautas após a capa da revista Veja em que o candidato fazia uma pose considerada meiga.
O #Nops apurou em primeira mão quem é o profissional de marketing por trás do sucesso viral e da nova e carismática imagem do candidato a quem sempre faltou empatia. Ele também foi responsável por outra virada de um homem famoso.

Steve Jobs usou a meiguice para voltar à Apple
Depois de fundar o que é hoje a terceira marca mais valiosa do mundo, Steve Jobs foi despedido pelo conselho de acionistas da Apple.
O seu retorno triunfal só aconteceu em 1996, quando após uma campanha para mudar a imagem do atual CEO da companhia foi engendrada pelo famoso marketeiro Terry Thompson, que agora é responsável pela campanha de José Serra na corrida presidencial.
Se ele obtiver com Serra o mesmo sucesso que obteve com Jobs, o resultado das eleições não será difícil de prever.

Momento Político em Charges 2 ... não precisa dizer nada. Falam por si.



















sábado, 9 de outubro de 2010

"Hasta siempre comandante" por Buena Vista Social Club



Seguiremos adelante
como junto a ti seguimos
y con Cuba te decimos:
hasta siempre Comandante!

Fernando Sabino


Video de Fernando Sabino. Escrever é um ato solitário...

LINK DO VIDEO DE FERNANDO SABINO

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O momento político em charges...

Fiz essa seleção de charges de um sítio muito legal, chama-se "Charges On Line". Vale a pena ver... É um "Jornal de Charges" em que vários chargistas de jornais do Brasil todo postam.
















sábado, 2 de outubro de 2010

Texto do Brasil de Fato sobre o novo cenário político de "la Isla". É bom conhecer pra evitar o achismo global...

Os novos rumos da Revolução Cubana

O professor de comunicação cubano José Ramón Vidal analisa as mudanças econômicas que o governo planeja
20/09/2010

Igor Ojeda
da Redação

As medidas econômicas anunciadas recentemente em Cuba não significarão o fim do socialismo, garante, em entrevista por correio eletrônico, o cubano José Ramón Vidal, professor de comunicação e coordenador do Programa de Comunicação Popular do Centro Martin Luther King (CMLK), em Havana, capital do país.
No dia 13, um comunicado da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC) revelou que o governo cubano planeja demitir, até o primeiro trimestre de 2011, meio milhão de trabalhadores estatais e incentivar as pequenas iniciativas privadas, como trabalhos autônomos, empresas familiares e cooperativas. O objetivo seria a melhoria da eficiência da economia cubana, que vem se deteriorando fortemente nos últimos anos, depois de uma franca recuperação pós-Período Especial, como é chamada a época que se seguiu à queda da União Soviética.
Boa parte da imprensa internacional, assim como brasileira, anunciou, como consequência de tais medidas, o início do fim do socialismo na ilha caribenha, mas, para Vidal, elas “não apenas são compatíveis com um projeto socialista como também são indispensáveis para se alcançar sua sustentabilidade nas atuais circunstâncias”, pois o Estado, segundo ele, manterá a propriedade sobre os meios de produção e distribuição fundamentais.
Vidal alerta, no entanto, que tais transformações só fortalecerão o socialismo na ilha se forem aplicadas por meio do protagonismo popular. “Se as fizerem [as mudanças econômicas] a partir de posições tecnocráticas, sem um consenso real que leve em conta, o máximo possível, os interesses legítimos dos diversos atores sociais, podem ser letais para o projeto socialista”, afirma.
Brasil de Fato – O que o governo cubano busca com as medidas econômicas anunciadas recentemente?
José Ramón Vidal – As modificações do modelo econômico centram-se, até o momento, na redução ou eliminação de gratuidades e subsídios, redução de pessoal (planeja-se que, para o primeiro trimestre de 2011, se conclua uma primeira fase desse processo, com uma diminuição de meio milhão de vagas de trabalho), ampliação do mercado interno (ofertas turísticas nacionais, venda de eletrodomésticos e serviços de telefonia celular etc.), ampliação do trabalho autônomo e o arrendamento de terras e de pequenos estabelecimentos a seus trabalhadores, tais como barbearias e cabeleireiros, serviços de táxi, entre outros. Tudo dirigido a tornar a economia mais eficiente e a resgatar a necessidade do trabalho como meio de vida, assuntos vitais para a sustentabilidade do país. Essas medidas, além disso, liberam o Estado da administração de pequenos negócios, algo que, desde há muito tempo, havia se identificado como uma hipertrofia do modelo socialista.
As mudanças do modelo econômico se dão em meio a uma situação muito complexa, na qual combinam-se a deterioração consolidada dos indicadores de eficiência econômica – que repercute em menor produção e produtividade, tanto na indústria como na agricultura – e expressões muito extensas de corrupção e ilegalidades. Somam-se ainda, a esses elementos, os impactos externos (queda dos preços do níquel e dos ingressos provenientes do turismo, principalmente) – que repercutem em uma diminuição sensível do crescimento do PIB (até 1,4% em 2009 e estimados 1,9% para 2010, segundo cálculos oficiais) – e a emergência de uma crise financeira do sistema bancário nacional. Não podem ficar fora dessa análise os impactos negativos que o bloqueio dos EUA e os efeitos devastadores dos furacões de 2008 provocam sobre toda a atividade econômica e financeira. Em outras palavras, as medidas em curso ou anunciadas tendem a enfrentar essas complexa situação.

Pode-se dizer que essa é a mudança econômica mais radical em Cuba desde a implementação do socialismo no país? Implementa-se, de fato, um novo modelo econômico?
Na minha opinião, são mudanças importantes com repercussões econômicas e sociais, mas não devem ser magnificadas. O Estado manterá a propriedade sobre os meios de produção e distribuição fundamentais. Haverá novos e renovados atores econômicos (mais cooperativas, mais trabalhadores autônomos e pequenos negócios familiares, arrendamentos de estabelecimentos pequenos ao coletivo de trabalhadores), uma utilização muito mais protagônica do sistema tributário, da política monetária, e um maior apego ao realismo de que ninguém, nem pessoa, família ou país, pode gastar mais do que produz. Mas acredito que tudo isso não apenas é compatível com um projeto socialista como também é indispensável para se alcançar sua sustentabilidade nas atuais circunstâncias.
O tema medular radica em como serão aplicadas essas transformações. Se as fizerem a partir de posições tecnocráticas, sem um consenso real que leve em conta, o máximo possível, os interesses legítimos dos diversos atores sociais, podem ser letais para o projeto socialista. Mas, se forem orientadas para favorecer a uma maior socialização do poder, uma maior participação real dos trabalhadores na condução de seus empreendimentos e centros trabalhistas – e, em geral, se fortalecerem os mecanismos de poder popular e não deixarem abandonados à sorte nenhuma família que, justificadamente, não puder garantir seu sustento por meio do trabalho, como se proclamou –, então, o projeto socialista se fortalecerá e se fará realmente sustentável.

Sabe-se que a economia cubana sempre dependeu muito da contribuição de outros países. Com a adoção das novas medidas, você acredita que se abre a perspectiva para uma base produtiva mais forte e dinâmica, que diminua essa dependência da ajuda econômica externa?
Claro que uma melhora da produtividade do trabalho, e, em geral, dos indicadores de eficiência econômica, torna o país muito mais forte e o põe em melhores condições para participar dos processos integradores em curso em nossa região. Cuba tem um potencial enorme em seus recursos humanos altamente qualificados. Sua utilização de maneria mais eficiente beneficiará não apenas nosso povo como também aqueles que têm recebido nosso apoio.

Como o povo cubano vem reagindo ao anúncio de mudanças? Como foi o processo de elaboração e discussão delas? Houve um processo de consultas aos trabalhadores?
Obviamente, muitas pessoas se preocupam com seu futuro imediato. Elas se perguntam: “Estarei entre esse meio milhão de pessoas que será demitido?” É um processo difícil que, de imediato, trará a muitas famílias tensões que não podem ser minimizadas. Atualmente, discute-se nos centros de trabalho um comunicado da Central de Trabalhadores de Cuba que anuncia e explica a medida de redução de vagas que está para começar. Reitera-se que será um processo transparente com a plena participação do sindicato e que os critérios de idoneidade serão os que guiarão as decisões. Esta é a medida mais complexa de se aplicar. Um assunto que gera preocupação é se, durante o ano de 2011, poderão ser criados empregos suficientes para compensar significativamente os cortes que serão feitos no primeiro trimestre. Espera-se que uma parte dos demitidos se autoempreguem, pela via do trabalho autônomo, e que alguns setores econômicos com déficits de trabalhadores – como a agricultura e a construção – sejam também um alívio à situação de desemprego criada. As transformações restantes encontrarão menos dificuldade para alcançar consenso e, mais ainda, despertar esperanças de melhora da vida cotidiana.

As mudanças anunciadas preveem a autorização para que os microempresários ou trabalhadores autônomos contratem força de trabalho. Como garantir que não ocorra exploração e que não se aumente a desigualdade social?
Em todo esse período que chamamos “especial”, desencadeado pelo colapso da União Soviética e do socialismo europeu, os índices de desigualdade em Cuba cresceram. O fato de que muitas pessoas tenham, legal ou ilegalmente, ingressos não provenientes do trabalho provoca essas desigualdades. A nós, em Cuba, isso, com toda razão, é indesejável, mas tais índices estão muito longe dos níveis de desigualdade do resto do continente americano. As novas medidas tendem a regularizar fatos que já ocorrem na prática e, nesse sentido, a própria legalização é uma medida de proteção. O empregador terá que pagar um imposto para a seguridade social de seu empregado. Será preciso, além disso, imaginar outras formas de proteção, para que os direitos desses trabalhadores sejam respeitados. Pessoalmente, penso que os sindicatos poderiam desempenhar um papel nisso.

"Marx nunca teve tanta razão como agora"



Vídeo de Saramago dissertando sobre sua "crítica da razão" e o comunismo. Interessante.
http://www.youtube.com/watch?v=a0-Twn5KiWM