quinta-feira, 6 de junho de 2013


Uma das eróticas de Drummond...




A castidade com que abria as coxas

A castidade com que abria as coxas

e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estreita, como se alargava.


Ah, coito, coito, morte de tão vida,

sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seres


em mim ressuscitados. Era Adão,

primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.


Roupa e tempo jaziam pelo chão.

E nem restava mais o mundo, à beira
dessa moita orvalhada, nem destino.