quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pequeno Conto Andarilho


Pequeno Conto Andarilho

O dia, que mais pareceu um ano, acabou dolorido. As costas sobre o chão duro, tão frio quanto úmido, tremiam com o viaduto.  Queria comer, dormir, sonhar, conversar... Queria um monte! Mas querer passa... Dizia a si mesmo, em pensamento, como um monge paciente.

E a noite trouxe gentes que voltavam pra casa. E eram gentes bastantes! Um passante, dentre quase mil, jogou-lhe uma moeda certeiramente à mão, preguiçosamente estendida e, ironicamente, despretensiosa. Apertou-a entre os dedos. Apertou muito! Ainda estava quentinha... Perdeu, naquele momento, a fome e o frio. Ficou farto e feliz! Repleto de energia! Ganhara, naquele dia, mais calor que no ano todo!