quinta-feira, 31 de março de 2011

A Biografia do José de Alencar




Não me enganei! O José ao qual me refiro aqui é o "De Alencar", escritor romancista brasileiro, que escreveu "O Guarani",  "Cinco Minutos" e "Encarnação" (são os únicos que li dele, confesso).

É pra dar uma quebrada nesse clima chato de transformar em herói um milionário que foi parte da coligação mais bizarra da história da esquerda brasileira: sindicalista e patrão juntos pro futuro da nação!

Hoje presenciei uma cena legal na televisão: Lula, Dilma, Aécio, Anastasia, Marco Maia e Itamar Franco juntos, choro coletivo, ao lado do falecido megaempresário do Cotton. Houvesse um grupo extremista no Brasil esta seria a hora de um homem bomba se explodir de emoção! Matar todos estes, e o José Alencar de novo!

Segue...

José de Alencar, advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Mecejana, CE, em 1o de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877. É o patrono da Cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis.
Era filho do padre, depois senador, José Martiniano de Alencar e de sua prima Ana Josefina de Alencar, com quem formara uma união socialmente bem aceita, desligando-se bem cedo de qualquer atividade sacerdotal. E neto, pelo lado paterno, do comerciante português José Gonçalves dos Santos e de D. Bárbara de Alencar, matrona pernambucana que se consagraria heroína da revolução de 1817. Ela e o filho José Martiniano, então seminarista no Crato, passaram quatro anos presos na Bahia, pela adesão ao movimento revolucionário irrompido em Pernambuco.
As mais distantes reminiscências da infância do pequeno José mostram-no lendo velhos romances para a mãe e as tias, em contato com as cenas da vida sertaneja e da natureza brasileira e sob a influência do sentimento nativista que lhe passava o pai revolucionário. Entre 1837-38, em companhia dos pais, viajou do Ceará à Bahia, pelo interior, e as impressões dessa viagem refletir-se-iam mais tarde em sua obra de ficção. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde o pai desenvolveria carreira política e onde freqüentou o Colégio de Instrução Elementar. Em 1844 vai para São Paulo, onde permanece até 1850, terminando os preparatórios e cursando Direito, salvo o ano de 1847, em que faz o 3o ano na Faculdade de Olinda. Formado, começa a advogar no Rio e passa a colaborar no Correio Mercantil, convidado por Francisco Otaviano de Almeida Rosa, seu colega de Faculdade, e a escrever para o Jornal do Commercio os folhetins que, em 1874, reuniu sob o título de Ao correr da pena. Redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro em 1855. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará; de 1868 a 1870, foi ministro da Justiça. Não conseguiu realizar a ambição de ser senador, devendo contentar-se com o título do Conselho. Desgostoso com a política, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
A sua notoriedade começou com as Cartas sobre a Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856, com o pseudônimo de Ig, no Diário do Rio de Janeiro, nas quais critica veementemente o poema épico de Domingos Gonçalves de Magalhães, favorito do Imperador e considerado então o chefe da literatura brasileira. Estabeleceu-se, entre ele e os amigos do poeta, apaixonada polêmica de que participou, sob pseudônimo, o próprio Pedro II. A crítica por ele feita ao poema denota o grau de seus estudos de teoria literária e suas concepções do que devia caracterizar a literatura brasileira, para a qual, a seu ver, era inadequado o gênero épico, incompatível à expressão dos sentimentos e anseios da gente americana e à forma de uma literatura nascente. Optou, ele próprio, pela ficção, por ser um gênero moderno e livre.
Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos. A parte de ficção histórica, testemunho da sua busca de tema nacional para o romance, concretizou-se em duas direções: os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas. Por estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do indianismo na literatura brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia. Em 1866, Machado de Assis, em artigo no Diário do Rio de Janeiro, elogiou calorosamente o romance Iracema, publicado no ano anterior. José de Alencar confessou a alegria que lhe proporcionou essa crítica em Como e porque sou romancista, onde apresentou também a sua doutrina estética e poética, dando um testemunho de quão consciente era a sua atitude em face do fenômeno literário. Machado de Assis sempre teve José de Alencar na mais alta conta e, ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, em 1897, escolheu-o como patrono de sua Cadeira.
Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o verdadeiro criador. Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade.
Obras: I Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875).

domingo, 27 de março de 2011

Poesia...

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas

Manoel de Barros


Uma dúvida.... Manoel de Barros ta vivo ainda???

terça-feira, 22 de março de 2011

Artigo d"O Globo"... Esse ano tem Conferência Nacional de Saúde! Bora participar pra fortalecer o SUS, tão massacrado por essa nossa "democracia" (significa "O governo do Demo")

Bancada dos planos de saúde cresce e reúne 38 deputados e 5 senadores Em 2010, os planos de saúde doaram R$ 12 milhões para campanhas eleitorais de 157 candidatos de vinte partidos. O gasto ajudou as empresas do setor a ampliar seu espaço político no Congresso e nas assembleias Legislativas. O apoio financeiro de 49 empresas contribuiu para aumentar de 28 para 38 o número de deputados federais da bancada da saúde suplementar . Foram eleitos também 26 deputados estaduais aliados ao setor em todo o país.

Em 2006, os planos destinaram R$ 7,1 milhões às campanhas eleitorais, quase R$ 5 milhões a menos que no ano passado. As empresas fizeram doações ainda para cinco senadores e cinco governadores eleitos. Para a campanha da presidente Dilma Rousseff(PT), a Qualicorp Corretora de Seguros doou R$ 1 milhão. Mauricio Ceschin, atual presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula e fiscaliza os planos, foi presidente do Grupo Qualicorp até fevereiro de 2009.

Para José Serra (PSDB), o candidato derrotado, amesma empresa doou R$ 500 mil. O levantamento das doações faz parte do estudo “Representação política e interesses particulares na saúde: o caso do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de planos de saúde no Brasil”, dos pesquisadores Mário Scheffer , do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), e Lígia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Parlamentares são contra projetos


No Congresso, essa bancada atua em votações específicas. É contra, por exemplo, o projeto que obriga as operadoras de planos de saúde a justificar por escrito a recusa em realizar procedimentos, exames, internações e outras condutas. Também é contra o projeto que inclui na assistência oferecida pelos planos de saúde a obrigatoriedade de ações de prevenção e de tratamento de doenças que ponham em risco o crescimento eo desenvolvimento de crianças e de adolescentes.

O deputado federal eleito que recebeu mais recursos dessas empresas foi Doutor Ubiali (PSB- SP). Foram R$ 285 mil, doados pela Federação das Unimeds de São Paulo, maior financiadora de campanhas. Ubiali é médico ligado à federação. Na Câmara, relatou (e alterou) em 2010 projeto do governo que tributava o setor . Ubiali faz críticas ao Sistema Único de Saúde e ao governo: —O atendimento público está cada vez mais limitado. É demorado o tempo para conseguir consulta, o número de médicos é insuficiente. E o SUS ainda cobra de forma exagerada dos planos o ressarcimento. Quando faço um plano, não estou impedido de ser atendido pelo SUS. Continuo pagando impostos.

O deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), que foi ministro da Saúde no governo Lula, aparece em segundo na lista de beneficiados. Ele recebeu R$ 270 mil da Vitallis Saúde e das Unimeds de Minas Gerais. Mas afirma que faz uma defesa intransigente do SUS e que nunca cedeu ao lobby do setor privado: — Não há conflito na minha atuação parlamentar. Sou um dos formuladores do SUS edefendo esse sistema. Agora, sou médico, queria que fosse buscar recursos no setor de armas? Há uma grande hipocrisia.Ninguém gasta pouco em campanha. Enquanto não houver financiamento público, isso vai continuar. Willian Dib (PSDB-SP) aparece em terceiro nessa relação, contemplado com R$ 154 mil das Unimeds paulistas. Ele já foi se cretário de Saúde de São Bernardo (SP) e afirma que entidades cooperativas, como as Unimeds, precisam receber tratamento diferente e ser menos tributadas: — Não defendo os planos, mas o cooperativismo. É incansável a minha batalha pelo SUS, mas sãomuitas as falhas. Por isso, há necessidade de atendimento suplementar.  João Magalhães (PMDB- MG), que recebeu R$ 100 mil da Aliança de Benefícios de Saúde, justificou o apoio: —Não tenho qualquer vínculo como setor de saúde, só uma relação pessoal com o proprietário. Foi doação por amizade.

Em 2009, o setor dos planos de saúde faturou R$ 64,2 bilhões. São 1.061 empresas, que atendem a 46 milhões de usuários.

— Embora seja legal, é preciso que esse tipo de doação se torne mais transparente. Está claro que, em vários momentos, o interesse de planos de saúde é totalmente oposto ao da coletividade. Políticos que a sociedade elegeu podem estar agindo em favor de interesses que não são dela — disse Scheffer. Para Lígia Bahia, as empresas tentam conquistar espaço político menos para influenciar na elaboração de leis e mais para evitar que sejam aprovadas regras que as prejudiquem:

— Mas chama a atenção que algumas dessas empresas apoiaram apenas candidatos do Executivo (presidente e governadores), o que sugere o interesse desse segmento por todas as esferas do governo, não só o Congresso — disse Lígia Bahia. Em nota, a Qualicorp alegou que, “nas eleições passadas, fez doações a partidos e candidatos indistintamente, nos termos da legislação brasileira vigente”. A ANS, também em nota, afirmou que Ceschin é gastroenterologista e que atua no setor de saúde suplementar há 26 anos. A agência lembrou que Ceschin foi diretor do Grupo Medial Saúde, diretor da Integrare Consultoria em Saúde, superintendente do Hospital Sírio-Libanês e presidente do Grupo Qualicorp.
Evandro Éboli
O Globo (14/2/2011)

Ruben Alves em BH

Ai pessoas da capital! Amanhã tem Rubem Alves lançando livro no Palácio das Artes, entrada gratuita (pede-se levar um livro para doação).

Tava planejando ir, mas surgiu um compromisso... então, quem for me conte!

Segue:


Sempre um Papo com Rubem Alves

Dia 23/03, quarta-feira, às 19h30
Grande Teatro do Palácio das Artes
Avenida Afonso Pena, 1537, Centro
Informações: (31) 3216.1501

Variações Sobre o Prazer - Santo Agostinho, Nietzche, Marx e Babette, de Rubem Alves Editora: Planeta

sexta-feira, 18 de março de 2011

Los Hermanos e Fernando Pessoa

Lendo Pessoa aconteceu-me uma coincidência poético-filosófica. Eis que ouvia Los Hermanos enquanto lia e o Livro do Desassossego e me deparei com essas consonâncias...


Do Pessoa:

"Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Por isso toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue."



Dos Hermanos:
(clique no vídeo para já ir ouvindo enquanto lê)



Olha lá, quem vem do lado oposto
Vem sem gosto de viver
Olha lá, que os bravos são
Escravos sãos e salvos de sofrer

Olha lá, quem acha que perder
É ser menor na vida
Olha lá, quem sempre quer vitória
E perde a glória de chorar

Eu que já não quero mais ser um vencedor
Levo a vida devagar pra não faltar amor
Olha você e diz que não
Vive a esconder o coração

Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
Só procura abrigo
Mas não deixa ninguém ver
Por que será?

Eu que já não sou assim
Muito de ganhar
Junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz

Tem gente no Leão XIII !


O título deste texto é uma paráfrase de um texto que li há bastante tempo (aliás, Baião, era seu?) chamado "Tem gente no Limoeiro".

Tratava este texto do caso acontecido em Ipatinga em que o Dr. Gildásio, médico do PSF de um distrito chamado Limoeiro, fora demitido por motivos políticos - persecutórios, sem eufemismos. A população local organizou-se e conseguiu, a custa de mobilização popular, trazer de volta Gildásio, médico de verdade.

Minha paráfrase é para anunciar a existência de gente no bairro Leão XIII. Gente que se organizou para a criação do primeiro Conselho Local de Saúde de toda a região do Médio Piracicaba. Agora, na Unidade em que trabalho, há meios para exercício do Controle Social nas vias de fato.

O SUS, costumo brincar com os pacientes, tem vários PRINCÍPIOS (três deles ditos Doutrinários) e a eles cabem trabalhar para que esses princípios sejam, um dia, FIM. É luta mesmo, a ferro e fogo, no dia-a-dia...

Na lógica de "privatizar os lucros e socializar o prejuízo" esse nosso Estado Stripper vem ao longo da história depreciando o serviço público em nome da contrapartida privada do serviço de saúde suplementar. Aos pobres as filas e meses de espera por exames. Aos que podem pagar a comodidade. No fim das contas, "a culpa é do SUS"! Ora, a culpa é de quem desrespeita o SUS!!!!

No Leão XIII a história começa a ter outro roteiro. Estamos construindo, a duríssimas penas, o SUS. Sistema que acredito e luto, diariamente, com "as gentes" em nome de EQUIDADE, UNIVERSLIDADE E INTEGRALIDADE!

E viva o SUS!

                                                                                                                      ... mais fotos da eleição





... e esta da apuração dos votos.



sábado, 5 de março de 2011

To me guardando pra quando o carnaval chegar...

Uma postagem melancólica tal qual o Carnaval.

Aliás, existe algo mais melacólico que o Carnaval?


Segue um soneto, dois vídeos e uma letra...

Soneto de Carnaval
Vinícius de Moraes

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.


Quando o Carnaval Chegar

Chico Buarque

Quem me vê sempre parado,
Distante garante que eu não sei sambar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Eu tô só vendo, sabendo,
Sentindo, escutando e não posso falar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Eu vejo as pernas de louça
Da moça que passa e não posso pegar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

E quem me ofende, humilhando, pisando,
Pensando que eu vou aturar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

E quem me vê apanhando da vida,
Duvida que eu vá revidar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Eu vejo a barra do dia surgindo,
Pedindo pra gente cantar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Eu tenho tanta alegria, adiada,
Abafada, quem dera gritar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar...

Marcha de Quarta-feira de Cinzas
Poeta, Moça e Violão
Vinícius, Clara Nunes e Toquinho


Quando o Carnaval Chegar - Chico Buarque

Vale!